


PRINCÍPIOS DE ADORAÇÃO CONGREGACIONAL
Introdução
Muitos membros presbiterianos se sentem como folhas ao vento durante o culto do Senhor: “Não sabem de onde vieram, onde estão e nem para onde vão”.
É facilmente notável que muitos membros de nossas igrejas, mesmo depois de anos, ainda necessitam de uma noção mais básica da teologia do culto. Por conta disto, são muitos e graves os erros cometidos na adoração, conforme nos exorta a Palavra do Senhor, por meio do profeta Oséias: “O meu povo se perde porque lhe falta o conhecimento” (Oséias 4.6).
As falhas cometidas por diversos cristãos vão desde a falta de reverência ao Senhor, até problemas teológicos que envolvem o entendimento correto do culto do Senhor, o que é muito prejudicial para que contemplemos a glória de Deus como nos dias da tenda no deserto (Ex 40) e nos dias do Templo erguido por Salomão (2 Cr 7).
Os princípios a seguir são simples, mas relevantes para um melhor comportamento cristão durante o culto, como também para uma adoração centrada nas Escrituras Sagradas como um todo.
Desejamos que através deles você seja instruído, de modo a aperfeiçoar sua adoração em santidade e amor, perante aquele anda por entre os sete castiçais de ouro (Ap 1.12-13).
O procedimento no culto público
De acordo com o art. 7º dos Princípios de Liturgia da Igreja Presbiteriana do Brasil:
O culto público é um ato religioso, através do qual o povo de Deus adora o Senhor, entrando em comunhão com ele, fazendo-lhe confissão de pecados e buscando, pela mediação de Jesus Cristo, o perdão, a santificação da vida e o crescimento espiritual. É ocasião oportuna para proclamação da mensagem redentora do Evangelho de Cristo e para doutrinação e congraçamento dos crentes.
Como vemos no registro acima, o culto público é um momento especial, solene, onde o povo de Deus se reúne para adorá-lo em comunhão e em santidade. É pensando nisto que devemos ter em mente os seguintes cuidados em relação ao culto do Senhor:
Dispondo-se para o culto do Senhor
A organização do Culto
Os oficiais, técnicos de som, multimídia, transmissão ao vivo, músicos e cantores escalados para conduzir o Culto do Senhor, devem zelar pela excelência na preparação do mesmo, através de ensaios, passagem de som e revisão técnica. Todo improviso nesta área pode prejudicar decisivamente a adoração cristã, com distrações e desencontros que desviarão a atenção que deveria ser dedicada a Deus para um problema técnico de última hora. Recomenda-se que, além de todo o trabalho semanal, aqueles que estão diretamente envolvidos com a condução do culto, cheguem ao templo com tempo suficiente para um bom preparo, de pelo menos uma hora de antecedência. Depois não adiantará por a culpa no diabo, se alguma coisa não funcionar bem.
Disposição mental e física para uma melhor adoração e entrega pessoal durante o culto.
Muitas pessoas ficam sonolentas durante o culto, ou não conseguem participar dele, justamente por se esquecerem de estarem descansados mental e fisicamente. Em nossa igreja separamos o dia de sábado para o descanso em família, a fim de termos um melhor rendimento das atividades de domingo.
Vista-se adequadamente.
O culto não é lugar para exibir a sensualidade da última coleção da moda. Até mesmo os incrédulos reconhecem que roupas decotadas ou curtas não são apropriadas para adorar o Senhor.
Veja uma matéria do Esquadrão da Moda criticando a roupa inadequada de uma cristã. Abra aqui!
Ser pontual.
Quando chegamos atrasados ao culto perdemos a oportunidade de participar de seus momentos iniciais como: adoração, confissão de pecados, contribuição e outros. Além disso, alguns irmãos insistem em entrar no templo em horários inadequados - durante orações e leituras bíblicas, prejudicando a reverência do culto e incomodando aqueles que chegaram no horário.
Preparar-se fisiologicamente.
Muitos crentes deixam para beber água e ir ao banheiro durante o culto, quando poderiam ter feito isto em casa ou antes de seu início para evitar movimentação desnecessária. Neste sentido, prepare-se também previamente.
Comportamento durante o culto
Concentração mental.
Para que você possa usufruir da presença de Deus no culto e ser instruído em sua Palavra é necessária uma boa disposição para isto. Os momentos iniciais do culto não devem ser usados para conversar, discutir assuntos polêmicos, brincar ou mexer no celular. Desligue-se do mundo e ligue-se em Deus, faça uma oração silenciosa e extraia o máximo de cada momento do culto do Senhor, pois é algo especial na vida do cristão. Lembre-se: Adoramos a Deus e Ele fala conosco desde o início de seu culto. Não permita que nada desvie sua atenção durante o culto, mesmo que seja um irmão irreverente, uma criança ou seu próprio celular, que ficou no modo vibratório, enquanto poderia estar desligado por uma hora e meia.
Sendo um adorador.
Muitos têm um conceito errado de culto. Eles vêm “assistir ao culto”, quando deveriam vir “prestar culto”. Se temos esta ideia de vir assistir ao culto, certamente vamos ter a mesma reverência de um integrante de plateia de show musical, de teatro ou de circo, ou seja, é como se estivéssemos em um espetáculo.
Quem presta culto participa efetivamente dele em todos os momentos. Na oração, ele diz amém; na leitura bíblica, ele lê cada versículo; nos cânticos, ele eleva sua voz; na contribuição, ele entrega o que pertence a Deus; na Santa Ceia, ele se alimenta; na mensagem, ele é edificado.
Tenha uma atitude respeitosa com os dirigentes.
A autoridade suprema a ser reverenciada é o Senhor. Contudo, ele instituiu ministros e oficiais que ficam à frente do seu culto. Além do pastor eles são: dirigentes de culto, diáconos, presbíteros e ministros de louvor. Evite os deboches, piadas e cochichos feitos durante o culto em relação a uma falha cometida pelo pregador, dirigente de culto, músico ou oficial. Devemos ter cuidado, pois quando zombamos do culto, zombamos do Senhor e dEle não se zomba. Não são incomuns a falta de respeito das crianças, jovens e adultos, que além de desobedecerem aqueles que ajudam na ordem do culto, ainda escarnecem dos oficiais da igreja. Lembre-se: respeito é um aspecto básico de uma pessoa bem educada, reflete o caráter de Cristo e segue a regra de ouro: faça aos outros o que deseja que eles façam a você. Os pais devem educar seus filhos no e para o culto e cuidar deles. Portanto, se queremos respeito, também devemos respeitar.
Tenha uma atitude respeitosa no local de culto.
Muitos crentes por não terem recebido uma educação familiar e eclesiástica adequada, pensam que a igreja é como suas casas ou outros ambientes. Colam chicletes, colocam os pés e riscam os bancos, jogam papel no chão, limpam as mãos nas paredes, deixam os banheiros imundos, destroem boletins, desperdiçam água e copos descartáveis e fazem outras coisas reprováveis.
Jesus Cristo nos ensinou a ter zelo pelas coisas que ele nos dá e também pela Casa do Senhor. Ele mesmo disse que a Casa de seu Pai era casa de oração e não de desordem ou comércio (Jo 2.16). Precisamos preservar aquilo que o Senhor da igreja tem nos dado como local para nossa reunião de adoração.
O culto acaba, a adoração, não
Postura de Adoração.
O culto na verdade não termina após a bênção apostólica; ele continua na vida de cada crente. Interrompe-se apenas o culto congregacional e continua o culto particular de cada fiel. Por isto, a postura do crente após o culto deve ser a mesma da chegada: reverente. Ao final do culto público, faça uma oração silenciosa e espere assentado até que o pastor ou pregador se dirija a porta para os cumprimentos finais. Evite bate-papos, piadas e movimentações no momento de poslúdio. Caso este momento possibilite cumprimentos, abraços fraternos e celebração, faça-o com alegria e moderação. Mesmo assim, aguarde dentro do templo e desbloqueie o corredor para que o pastor consiga chegar à porta da frente para cumprimentar a todos.
Receba bem os visitantes.
Muitas pessoas não retornam numa determinada igreja por conta de serem mal recebidas, quando a visitaram na primeira vez. Além de citar o visitante durante o culto, depois, também é necessário dedicar-lhe especial atenção, cumprimentando-o e procurando conhecê-lo melhor. Procure se aproximar e mostrar-se agradecido por ele ter visitado a nossa igreja. Se possível, troque contatos telefônicos, WhatsApp, Facebook, Instagram etc. Isto promoverá rápida integração e simpatia do visitante pela igreja.
Confraternização.
No nosso caso, oferecemos um café fraternal para que tenhamos um momento de confraternização e comunhão. Evite sair correndo da igreja e participe deste momento importante de integração. Lembre-se sempre de dar a preferência ao visitante, para que ele possa se servir à mesa. Em muitos casos, os membros avançam de tal forma nos alimentos, que os visitantes ficam constrangidos e impedidos de se aproximar e participar. Seja educado e ofereça a sua vez ao visitante e a sua família. Melhor, sirva-o! Isto fará toda a diferença!
Faça comentários edificantes.
Use do momento de confraternização para se relacionar sabiamente e de modo edificante com os irmãos e os visitantes. Deixe as críticas e comentários que em nada edificam os ouvintes para serem falados àqueles que precisam ouvi-los. Aproveite este momento para destacar como Deus falou com você através da mensagem, como foi linda aquela canção, como a igreja estava bonita, como ela estava limpa e bem ornamentada e como foi bom estar em comunhão com o corpo de Cristo. Se você tiver alguma contribuição a fazer, procure o pastor da igreja, que é o responsável pelo culto e pelo ensino das Escrituras.
Conclusão
Desejamos de todo coração que estes princípios possam ajudar a cada membro de nossa igreja a se tornar um adorador melhor, tendo a consciência do preparo prévio e do seu comportamento durante e após o culto congregacional.
Desejamos ver a nossa igreja como uma adoradora reverente, submissa, educada e fiel ao Senhor. Entendemos que muitos crentes cometem deslizes relacionados ao seu comportamento no culto congregacional, justamente porque não receberam a devida instrução sobre como se preparar e se comportar, neste momento tão especial da vida da igreja de Cristo.
Obviamente que, poderíamos sinalizar outros detalhes importantes, que serviriam para orientar o povo de Deus na adoração. Todavia, acreditamos que se os princípios destacados aqui forem praticados pelos membros de nossa igreja, melhoraremos a adoração congregacional consideravelmente, tornando-a ainda mais agradável ao Senhor.
Muitos podem considerar isso um exagero, todavia, quando olhamos para as Escrituras Sagradas, percebemos ali um Deus altamente exigente com a sua adoração e com cada detalhe da mesma. Isso se reflete no modo como a edificação do tabernáculo no deserto e do serviço aconteceu (Êx 40), passando pela inauguração do templo de Salomão (2 Cr 7), até o culto prestado no Novo Testamento (Atos 5.1-11).
Entendemos que toda exigência é boa quando visa a ordem, decência, santidade e a glória de Deus!
Rev. Renato Prates